Prosas poéticas

Eu quero o largo da vida.
Eu sopro o canto da vida só pra sentir ela alargar. Delicadeza gostosa de vida alargada, estirada na corda bamba, desequilíbrio perfumado de flores brancas de jardim, rasgo misterioso de fio de navalha. Vento na cara de vida viajante, de alma envolvida com o suco daqui.
Viver é espremer até o sumo a vida. 
 
 
Falar de quê?
Há tanto e nada a ser dito.
Eu quero o silêncio encantado.
Fantasia real.
Brinquedo de mais de cinco participantes
Maldita hora em que inventaram
jogos de um só jogador.
Eu quero é com o outro
para o outro
nos outros
nós outros
Afinal, somos pura continuidade.

Frase de outros

A frase abaixo é um mistério e um desafio, de uma simplicidade cortante como uma navalha,
é do Nietzsche,
ei-la:
"Ter fé é dançar na beira do abismo."

Perguntas para serem embaralhadas e transformadas

como você vive a sua vida pra você?

o que você deixa entrar no seu corpo?
o que você deixa sair do seu corpo?

que sabor você sente quando o mistério toca seu corpo?

que cor tem o desconhecido quando entra na sua alma?

quais foram os 10 minutos que mudaram a sua vida?

Palavras-chave para dar continuidade

dança
euritmia
corpo e linguagem
frases corporais
frases coreográficas em sutis transformações
dramaturgia sutil
movimento da alma
gesto do espírito
não tem improviso

sugestão de ação:
criação de pequenas coreografias de sentido simples e sublime a serem realizadas pelas performers.

que frase coreográfica se cria para a frase:
"uma mulher pegou o ônibus errado e tornou-se desconhecida de si mesma."

que frase coreográfica se cria para a frase:
"eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim como se fosse o sol desvirginando a madrugada quero sentir a dor dessa manhã nascendo, rompendo, rasgando, e tomando meu corpo e então... eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando."
Fui vaga anteriormente....

Darei outro pensamento:

Se tivessemos aquelas maquinas fotográficas antigas (aquelas que tiram foto e sai o papel na hora) iria tirar dos passageiros e faria daquele instante presente, poesia.

Sussurraria

Inspirada pela minha queridissima Viviane Mosé, esfregaria uma bucha pra arrancar poemas sujos de mim

Também arrancaria poemas de minha boca como um mágico faz em sua manga com os lenços coloridos

E por  falar em Viviane Mosé  clique no nome dela para ver a explicação sobre O QUE A PALAVRA PODE
Ela pode ser entregue de várias formas:

A Escrita Clássica do Coletivo (como é o caso da escrita nos objetos e lugares e pessoa rs)

Pode ser entregue através do sussurro

Através de objetos simbólicos ou não simbólicos (geralmente os não simbólicos nós encontramos no cotidiano) Por exemplo:
 Vi esses dias no ônibus uma pedrinha pequena que alguém trouxe através do tênis pra dentro do corredor, até ai nenhuma novidade, mas achei lindo a maneira como ela ia tremulando conforme o onibus acelerava, esse tremular da pedrinha me levou a pensar em um coração em desespero. Se eu quiser, tranformo em poesia! Entende?

Acredito que quando tenho poesia em mim, vejo poesia em outros!

E essa poesia posso entregar assim também, posso ver algo em alguém e isso me levar a poesia, esta que será entregue ao mesmo num segundo depois.

De outros

Lá em Salvador alguns ônibus receberam um movimento extra-cotidiano,
link: Poéticas de Multidão